Mas a indignação de Álvaro Covões na peça radiofónica abrangia
ainda outras áreas. Na sua opinião, se o Governo precisava de arrecadar mais
dinheiro, podia ir mais longe nos cortes orçamentais de instituições como a
Casa da Música, o São Carlos e congéneres. Que, aliás, ao serem subsidiadas
pelo Estado fazem «concorrência desleal» à empresa do senhor Covões.
Temos, portanto, o Portugal umbiguista no seu melhor. Não há
nada mais importante que o nosso quintalejo — e a monocultura que nele
praticamos. Se podemos sobreviver só do que dá o nabal, porque havemos de
plantar outras hortaliças?