sábado, 8 de outubro de 2011

Boçalidade rodeada de mar por todos os lados

Livrar-nos de João Jardim não seria mais do que baixar apenas ligeiramente o volume de uma música horrível. O homem é o que expele mais ruidosamente a boçalidade, mas tem no continente inúmeros espíritos irmãos. A ideia de que a independência da Madeira seria como conter uma praga, como ter a boçalidade rodeada de mar por todos os lados, é ingénua, distraída. Para esse efeito, precisaríamos de recuperar e multiplicar a invenção de Saramago: precisaríamos de fazer navegar, não uma, mas dezenas de jangadas de pedra, extirpar numerosas partes da pátria. No fim, nem o Japão nos ganharia em número de ilhas por etnia. E, declarada a independência de cada uma, as Nações Unidas teriam de duplicar o número de cadeiras na Assembleia-Geral.
De qualquer modo, nenhum cão deixa de tentar livrar-se de uma carraça só porque tem muitas.