quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Asimov, Isaac

O projecto de construção era optimista ou mal-informado, talvez info-excluído, por isso o supermercado abriu com mais de 20 caixas. Funcionaram umas doze nos picos consumistas dos primeiros anos e cedo a média se ficou pelas cinco ou seis. A seu tempo a tecnologia arribou, e as quatro caixas automáticas (ou self-service) instaladas reduziram as restantes a três. Nos melhores dias. Ontem estava bom para a leitura, caso os funcionários fossem adeptos ou estivessem autorizados a ocupar o tempo livre dessa forma.
Não é apenas a crise, a recessão, a baixa do consumo. É a tecnologia. E a terciarização da economia. E este é o momento Asimov do blogue.
A não ser que mantenham a todo o vapor máquinas absurdas como a da construção civil (manifestamente excessiva já na última década) ou que inventem novas necessidades consumistas (enquanto houver combustíveis e matérias-primas e clima favorável), os países ocidentais dificilmente conseguirão empregar a maioria dos seus cidadãos no futuro. Excepto, claro, se a globalização voltar atrás, se as importações forem altamente taxadas. Por isso, no futuro o trabalho será partilhado, as pessoas terão finalmente mais horas de ócio, assistiremos a uma melhor redistribuição da riqueza (não voluntária, evidentemente) para assegurar a viabilidade das sociedades. Ou então filmes como o Mad Max e livros como A Estrada serão a realidade sem que seja preciso rebentar uma só bomba nuclear.