Nos “extras” de um DVD, os actores e o realizador falam da
sua ambição para o filme. Todos esperam que seja um «bom entretenimento», que
os espectadores desfrutem
da acção,
dos
efeitos especiais. Conseguido
isso, seria maravilhoso se o público gostasse da história, por exemplo, se se
emocionasse com as personagens, apreciasse a evolução da narrativa, a sua
estrutura, e, oh felicidade, se sentisse estimulado com o
suspense e o «paradoxo» do final. O realizador espera que as
pessoas
pelo menos não se aborreçam
se não perceberem tudo. Tem confiança que não, porque a acção e os efeitos
especiais, talvez a história de amor, hão-de ser suficientes para a maior parte
das pessoas apreciar o trabalho.
O filme chama-se “Código Base” e é bonzito — apesar da
audiência imbecil para quem, a julgar pelos testemunhos dos protagonistas,
parece ter sido feito.
P.S. Não sei se isto é exactamente uma qualidade do filme, mas podem todos ficar
descansados: o público-alvo consegue decerto percebê-lo e desfrutar — embora,
claro, talvez se sinta defraudado no que toca a acção e a piadas de taberna. Por mais que tivesse, nunca seriam demais, dirá.