quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Público-alvar

Nos “extras” de um DVD, os actores e o realizador falam da sua ambição para o filme. Todos esperam que seja um «bom entretenimento», que os espectadores desfrutem da acção, dos efeitos especiais. Conseguido isso, seria maravilhoso se o público gostasse da história, por exemplo, se se emocionasse com as personagens, apreciasse a evolução da narrativa, a sua estrutura, e, oh felicidade, se sentisse estimulado com o suspense e o «paradoxo» do final. O realizador espera que as pessoas pelo menos não se aborreçam se não perceberem tudo. Tem confiança que não, porque a acção e os efeitos especiais, talvez a história de amor, hão-de ser suficientes para a maior parte das pessoas apreciar o trabalho.
O filme chama-se “Código Base” e é bonzito — apesar da audiência imbecil para quem, a julgar pelos testemunhos dos protagonistas, parece ter sido feito.

P.S. Não sei se isto é exactamente uma qualidade do filme, mas podem todos ficar descansados: o público-alvo consegue decerto percebê-lo e desfrutar — embora, claro, talvez se sinta defraudado no que toca a acção e a piadas de taberna. Por mais que tivesse, nunca seriam demais, dirá.