No tempo da minha adolescência,
eram os rapazes que associavam narrativa a pornografia. Não todos.
Aqueles educados no pudor ou na vergonha das coisas do sexo. No pânico dos
adultos. Se tínhamos de falar da nossa “vida sexual”, corávamos e dizíamos:
sim, gostamos de pornografia, mas
com
história. Como se, para o caso de aquilo chegar aos ouvidos dos adultos, deixássemos
implícita a indignação:
somos por acaso
alguns animais, coelhos? Éramos, claro. Ou desejávamos ser. Urgentemente.