Mas
o tal «pequeno ensaio» seria também redundante porque Casanova já tem uma breve
caricatura n’Os Idiotas, livrinho
que, se pedirem mesmo muito, talvez uma editora tenha a bondade e a sageza de
publicar no ano de eleições autárquicas que se aproxima.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
«Pequeno ensaio caricatural sobre o Casanova»?
O
«pequeno ensaio caricatural sobre o Casanova», ontem aqui mencionado, seria um
escrito desnecessário ou redundante, dei-me hoje conta ao voltar a passar os
olhos pelo artigo que o crítico da Ler
escreveu sobre David Foster Wallace. Desnecessário porque quando Rogério
Casanova escreve sobre Infinit Jest já
parece uma personagem da própria obra a fazê-lo, pelo espantoso conhecimento que
revela do livro, pela idiossincrasia da sua prosa e mesmo pelo carácter de
coisa abstracta do crítico. Casanova poderia também, facilmente, ser um avatar
de DFW, lêmo-lo com o mesmo fascínio e a mesma estranheza. Ou talvez um misto
de programa informático e implante neurológico do escritor, deixado por este
para se activar após a publicação (americana) do livro. As crónicas de Rogério
Casanova e as suas críticas literárias, não há como pensar de outro modo, são decerto
apêndices d’A Piada Infinita. (E
esta caricatura, embora pareça, não é pejorativa).
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