Seremos um país pobre por erros nossos e fado, fatalidade. Mas seremos um
país espiritualmente pobre porque somos governados por pobres
de espírito, apoiados por outro género de cretinos (de carreira ou opção) que
não tiram o cu do sofá para ver um espectáculo e quando nele instalados não
lêem um livro*.
*Alguns lêem-nos, mas como se sabe a literatura não evitou os nazis, como
evitaria estes pequenos preconceituosos?
Sabe qual o problema maior disto tudo?
ResponderEliminarÉ que a população interiorizou a mensagem que lhe inocularam, de que isto se deve a erros nossos, a termos gasto demais, e a fado, a coisas assim. E, como se tivéssemos sido apanhados a pecar, assumimos a nossa culpa e, logo, a merecida punição.
Ora nada disto resulta disso. Resulta de uma deficiente integração na moeda única, resulta de um sistema financeiro desregulado, resulta de inexistente lideranças políticas que percebam isto e defendam os interesses nacionais.
O que encontra à frente da maior parte dos países é gente ignorante, pacóvia. Aceitam o que qualquer um espertalhão lhes diga (que vendam as empresas, que baixem os custos de trabalho, etc). E é a mesma ignorância que os leva a aceitarem isto sem perceberem nada que os leva também a acabarem com o Câmara Clara e com tudo o que não compreendem.
Por isso, sabe o que acho? Acho que a primeira coisa é explicar a toda a gente que não deve sentir-se culpada, que não tem culpas a expiar. Talvez a seguir as pessoas se tornem mais exigentes.
Estou a ver na televisão um debate sobre o discurso do Seguro e a maior parte do que dizem é disparate. Toda a gente opina sobre o que manifestamente não sabe. Os fazedores de opinião são ignorantes, convencidos.
O drama, portanto, não é o Relvas e outros que tais. O drama é uma população mal informada, pouco exigente, facilmente manipulável.