«(…) Há uns imbecis nos blogues que acham que falar dos problemas concretos das pessoas que não são fils a papa, publicitários, gente de glamour, neoliteratos, assessores de várias eminências, yuppies sem mercados, consultores, advogados de sucesso, é neo-realismo. A única coisa que se lhes pode perdoar é não saberem o que a palavra significa, mas tudo o resto não e perdoável nem mesmo com muito "espírito de Natal".»*
Infelizmente, o meu problema com as coisas concretas é inverso. Salvo
excepções, é quando penso em concreto
nas pessoas que me torno entusiasta de Passos Coelho. E de Torquemada.
Alguns estão prontos a insinuar, por isso, que o uso da abstracção faz de
mim um utópico da laia de Rosseau. Mas diferimos, o francês e eu. Ele via bons
selvagens. Eu vejo selvagens — mas não acho isso bom.
Por outro lado, os liberalecos da direita e eu não estamos, de certa forma, em radical
desacordo. Números, índios-de-cu-ao-leu: é indiferente como
encaramos as pessoas — desde que não tenhamos de sociabilizar.
*Público de 24/12
Sem comentários:
Enviar um comentário