quinta-feira, 12 de julho de 2012

Pândegos



A editora, começando por se rir do estereótipo propagado pelo humorista, reflecte a seguir sobre ele. Concluindo que os programas sobre literatura e artes talvez precisem de ser mais animados para convocarem mais espectadores.
Creio que se esqueceu de João Baião. João Baião inventou a TV em movimento (ou aos pinchos, ou lá o que era) — mas parece que isso não serviu de muito as artes ou a literatura.

Talvez, talvez o público se afaste dos programas culturais por causa de formatos aborrecidos ou de apresentadores sem carisma. Aceitemos por momentos esta versão optimista. Imaginemos que doravante a televisão pública apenas contratava gente com o perfil, digamos, de um Herman José, de um John Stewart, ou, sei lá, de um Jay Leno. Íamos todos divertir-nos muito, oh, se íamos.

Isto é um pouco como ver o actor José Pedro Gomes (aliás, par de Bruno Nogueira) orgulhar-se por os seus espectáculos desempenharem um papel fundamental na consolidação do público do teatro. O que é verdade — se considerarmos que todo o teatro é comédia ligeira e todo o espectador um pobre diabo à espera de que o façam rir. Sem esforço.

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