A editora,
começando por se rir do estereótipo propagado pelo humorista, reflecte a seguir
sobre ele. Concluindo que os programas sobre literatura e artes talvez precisem
de ser mais animados para convocarem mais espectadores.
Creio que
se esqueceu de João Baião. João Baião inventou a TV em movimento (ou aos
pinchos, ou lá o que era) — mas parece que isso não serviu de muito as artes ou
a literatura.
Talvez,
talvez o público se afaste dos programas culturais por causa de formatos aborrecidos
ou de apresentadores sem carisma. Aceitemos por momentos esta versão optimista.
Imaginemos que doravante a televisão pública apenas contratava gente com o perfil,
digamos, de um Herman José, de um John Stewart,
ou, sei lá, de um Jay Leno. Íamos todos divertir-nos muito, oh, se íamos.
Isto é um
pouco como ver o actor José Pedro Gomes (aliás, par de Bruno Nogueira) orgulhar-se
por os seus espectáculos desempenharem um papel fundamental na consolidação do
público do teatro. O que é verdade — se considerarmos que todo o teatro é
comédia ligeira e todo o espectador um pobre diabo à espera de que o façam rir.
Sem esforço.
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