Também nós chegamos, num momento ou outro, ao tarot da Maya na Pública. Sem uma reclamação. Quer o jornal que a gente o leia acreditando nos seus jornalistas, nas suas fontes, na sua inteligência — e, a páginas tantas, apresenta-nos o tarot. Não é como as palavras cruzadas, o su doku, os mistérios policiais, as crónicas do Quintela. Nada que nos possa distrair, fazer passar o tempo enquanto exercitamos ou divertimos, pouco ou muito, o cérebro. Nem sequer é como as crónicas do Daniel Sampaio. É só tonteria. Estultícia. Imbecilidade.
Que enriquece. A senhora dona Maya não é uma estagiária da redacção a quem é entregue o horóscopo, essa página de praxe inofensiva. Não precisa de mostrar prosa esforçada, bonita, original, inteligente. Basta-lhe reciclar e recombinar a meia dúzia habitual de possibilidades do destino aceites pela classe média. E ir de festa em festa, de revista em revista exercer a sua influência social. O Público ajuda, concede-lhe a respeitabilidade necessária.
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