Aparentemente, como se lê aqui e ali, o gesto da S&P iliba as agências de rating. Vejam, até baixam a cotação da América, como poderiam ser funestas estas agências? Como não reconhecer a isenção e a forma cristalina como actuam?
O Quarta República (igualmente citado pelo Público), a propósito do discurso de Obama, que, patrioticamente, clamou que os EUA serão sempre triplo A (como Sócrates faria – e Passos Coelho ou Cavaco depois dele), sugere que os governos deveriam ser geridos como empresas, e nas empresas os conselhos de administração abstêm-se, naturalmente, de interferir nas demonstrações financeiras. O Quarta República sugere que, tal como as demonstrações financeiras das empresas devem ficar a cargo de terceiros, “especializados”, os estados devem deixar a interpretação da sua saúde financeira às agências.
Sucede que as agências de rating não têm sido meros juízes imparciais. As suas opiniões determinam acontecimentos. Um pouco como quando um responsável da Porto Editora (um dos grandes grupos editoriais portugueses) prevê que os livros de poesia vão deixar de ser editados. É deste tipo de previsões auto-realizáveis que falamos.
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