domingo, 14 de agosto de 2011

A Nero o que é de Nero, a Bush o que é de Bush


Da sua colina de historiador, e não sem um certo deleite, Vasco Pulido Valente vê confirmar-se o seu pessimismo sobre o império americano (e o império do Ocidente). O declínio (ou a inevitabilidade, se partilharmos o determinismo histórico) teria começado com o final da Guerra Fria, embora só agora se tenha começado a perceber.
Tenho uma tese diferente. O declínio da América e do Ocidente começou com a eleição de George W. Bush e o apogeu de uma certa visão do mundo. Ou, se quisermos, o declínio começou quando Bush, ou alguém por ele, viu na invasão do Iraque a possibilidade de tornar inevitáveis algumas ideias e práticas que ainda hoje excitam imensa gente e bloqueiam a política americana (e, de certa forma, a europeia).
Não roubemos ao homem o seu lugar na História. Pertence-lhe por direito. Estaríamos onde estamos se o Iraque não tivesse sido invadido? Esta é a pergunta.

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