Se os presidentes americanos tivessem cognomes como os nossos reis, e se as fontes históricas fossem as colunas de imprensa, Bush passaria para os anais como George, O Idiota. Mas, por mais que apraza à esquerda, um tal epíteto retira-lhe imputabilidade, e isso desconsidera o seu papel na História.
Por outro lado, epítetos que se lhe podem colar ainda com mais propriedade têm o mesmo efeito de descrédito. George, O Testa-de- Ferro ou George, O Títere não só resultam ser injúrias insuficientes como lhe fornecem um dispensável álibi.
Porém definem melhor o seu papel.
As forças que estiveram por trás de Bush não foram para a reforma com ele. Como historiadores distantes, observam asséptica e ironicamente o declínio do império porque têm outro na calha para lhe suceder. Um que não precisa de pátrias nem de valores. Não de valores que não sejam traduzíveis em números. De contas bancárias.
O declínio pode ser inevitável, mas valia a pena deixá-lo apressar-se?
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