quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
A última dança
O vídeo da companhia Rubberbandance que inspirou o post anterior não é necessariamente o mais representativo. Sê-lo-iam mais estes espectáculos da companhia Peeping Tom: http://youtu.be/KlrXPVZG5Ho(“32 rue Vandenbranden”); http://youtu.be/NwACVrZIuVg (“Les Sous Sol”); ou este, da C de la B: http://youtu.be/pyQrK_Q2HOo (“Ashes”), vistos em Guimarães e no Porto. Por outro lado, várias companhias ou coreógrafos portugueses poderiam também elucidar o que disse no post. Neste campo, como de resto nos mais variados géneros musicais e no teatro, o país não padece de talento e profissionalismo como padece por exemplo na política e na gestão. A juntar-se a ex-elementos do Ballet Gulbenkian e da Companhia Nacional de Bailado, há uma nova geração de intérpretes (e coreógrafos) com formação sólida, experiência (tantas vezes internacional) e talento que infelizmente terá agora menos oportunidades de desenvolver o seu trabalho. O Portugal dos últimos anos — «europeu» no sentido civilizado, culto, sofisticado, cosmopolita, democrático e descentralizado que se costuma utilizar para falar da Europa central —, o país onde as pessoas podiam fruir o seu gosto pela dança contemporânea sem precisarem de se deslocar com demasiada frequência a Lisboa, muitas vezes sem precisarem sequer de sair da sua cidade ou da cidade de província que por algum acaso estavam a visitar, está a terminar. A troika, o governo e o statu quo encarregar-se-ão de devolver o país à condição de provinciano e de gosto único.
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Já que fala de gostos não únicos, para o caso de não conhecer, aqui lhe deixo uma que não me canso de ver de um dos meus coreógrafos preferidos: Jiri Kylian, aqui com o Happy Birthday (Mozart) pela fantástica Nederlands Dans Theater.
ResponderEliminarPara quem, como eu, adora dança e se perde por um bom sentido de humor (a par, claro, de um bom suporte musical e de mestria na interpretação), não pode haver coreografia mais a meu gosto:
https://www.youtube.com/watch?v=aw_5geVBBT8
Confesso que prefiro mil vezes coisas como estas do que a dança experimental, agressiva no som e nos movimentos mas, lá está, ainda bem que há para todos os gostos - e é bom que esteja disponível, claro.
Obrigado. Já tinha visto o vídeo. É sobretudo cómico, mas não suficientemente estimulante ou poético. Mas a dança de que falo não é caracterizada por ser «experimental» ou «agressiva». Ou é-o quando isso faz sentido na lógica de determinada peça. A trilogia da Peeping Tom onde se integra "Le Sous Sol" tem aliás momentos particularmente emotivos,românticos, tocantes.
ResponderEliminarNão vi espectáculos suficientes nem conheço suficientemente nenhum coreógrafo para falar de preferido, mas também gosto de Jiri Kylian.