O problema da praxe (sim, é um problema) poderia ser minimizado, não
exactamente proibindo-se esse desporto néscio, mas se todas as universidades
exigissem que os alunos aprendessem para continuarem lá e lhes testassem com
frequência os conhecimentos; se as empresas e o Estado contratassem de facto
prioritariamente os que melhor desempenho académico têm ou mais bem preparados se
revelam, e não os que têm melhores “referências” ou se mostram mais chico-espertos;
se as famílias, em contrapartida à mesada e às despesas pagas, exigissem
resultados e se orgulhassem mais de boas notas do que de trajes, emblemas e
títulos fúteis; se os comensais de bom gosto e de boa educação num restaurante
fossem em número suficiente (não são) e tivessem ânimo suficiente (não têm)
para se opor à tirania dos bárbaros, exigindo moderação na voz e boas maneiras
à mesa; se a polícia levasse a sério as leis do ruído e mais umas minudências legais
afins. Pequenos passos para as instituições, grande passo para a humanidade.
Mas para isto tínhamos de presumir que o resto da sociedade difere dos patetas
perigosos que dizem que «ser humilhado é um direito». Os passos necessários são
curtos, mas ainda assim é preciso ter pernas.
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