Os pobres de espírito e de carácter (e até de inteligência, não pode
ser totalmente inteligente quem não percebe o conceito de liberdade individual)
hão-de precisar sempre de alguém a quem discriminar, sobre quem fazer recair raivas,
preconceitos, frustrações, complexos. A História ensina: mulheres, pretos,
judeus, homossexuais… Há sempre um “argumento” de ordem “natural”, “científica”
ou “cultural” para negarem ao próximo aquilo de que se consideram legítimos (alguns
por direito divino) detentores: a liberdade de ser. É da definição de liberdade
global que o direito a ser imbecil, inalienável, tem de se restringir à esfera
do próprio indivíduo. Por favor ninguém proponha, neste estádio da civilização,
um referendo sobre a possibilidade de as pessoas serem parvas para si mesmas. Direitos
humanos não se referendam — e continuamos
a precisar de cromos de quem rir. Não os deixemos é legislar, não é esse, historicamente, o papel do bobo.
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