Antes de iniciar o filme, a ZON oferece-nos um sketch ou um trailer ou uma coisa qualquer com a dupla Quim Roscas
e Zeca Estacionâncio. Ao contrário do que eu esperava, a audiência não reage entusiasticamente.
Não reage, sequer. Espreito a sala para ver se atrás de mim está toda a gente distraída
com o iPhone ou a lamber no escurinho, à moda antiga, o parceiro do lado, mas
na verdade cerca de dois quintos do público olha para a tela, sorumbaticamente.
Não sei que ilações tirar disto. As probabilidades de se encontrar numa
sala da ZON trinta pessoas com bom gosto e sentido de humor sofisticado não são
grandes. São maiores as de encontrar trinta pessoas que compraram um bilhete
por recomendação clínica, para subirem o astral com um pouco de entretenimento.
Mas, por outro lado, e atendendo ao efeito que o sketch tem no meu próprio estado de espírito, sei que não é preciso
ter-se um diagnóstico médico de depressão para se desejar cortar os pulsos logo
ali nos preliminares da noite.
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