«O Governo de coligação PSD-CDS, desde que tomou posse, ofereceu, generosamente, à gente sua amiga uma dezena de lugares de proeminência muitíssimo bem pagos. O que produziu um escândalo de certa maneira inesperado. (…) À superfície não se vê por isso o motivo por que um acto, por assim dizer normal, de Passos Coelho provocou agora tanta indignação e tanta conversa.»
Vasco Pulido Valente, «Uma velha história»,
Público de 14/1/2012
A “análise” de que extraí o pedaço acima não se distingue, a não ser
pelo acabamento da prosa, daquilo que produziriam habituados comentadores de
tasca, exímios a concluir serem os políticos todos iguais e a defender ser profundamente
estúpido considerar a mudança. Fecha a porta ao debate da mesma forma (embora
com outra conveniência, mas não é esse o ponto que agora me interessa).
Por vezes espanta que as redacções de VPV, com frequência pouco mais do
que fúteis, façam dele o cronista-mor do reino. Mas a explicação é simples: também
a intelectualidade portuguesa não se distingue geralmente do auditório de taberna — excepto
por uma mais aguda sensibilidade à gramática e à retórica. Se estivéssemos no século
XIX, o corte da jaqueta seria igualmente considerado. E aí o escriba teria talvez de
mudar de alfaiate.
LOL!
ResponderEliminaryou're taking a walk on the wild side...