Na Periférica, a coluna de J.
Rentes de Carvalho tinha o título deste post. Todas as rubricas eram na revista
nomeadas a partir de filmes e a sugestão de O Padrinho para a crónica dele foi absolutamente incontroversa — não sendo a boutade o argumento principal, já que em
rigor não havia uma boutade no título.
Mais de uma dezena de anos depois, aquilo de sábado na Traga-Mundos não
foi bem um debute, uma entronização que JRC apadrinhasse. Foi um reencontro
afectivo. De vez em quando, para revermos amigos, para podermos ter aquele
abraço reconfortante, para recebermos a bênção balsâmica de um patrinu, de um pater, temos de trocar as voltas à vida, criar situações onde tal
possa ocorrer. No sábado, todos (até eu) exagerámos dizendo que estávamos ali a
propósito d’Os Idiotas — mas ninguém escondia
com muita convicção que estávamos ali para recebermos afecto e um pouco daquela
espantosa energia vital de Rentes de Carvalho.
Il padrino, pelo seu lado, não
foi avaro, foi aliás desmedido — para meu embaraço. O texto com que se prontificou a participar na instrumental apresentação do livro, o trecho que se
me refere, deve por isso ser lido apenas como uma enorme e paternal demonstração de
generosidade.
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