segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

O Alvão ao final do dia

Ao final de um dia de Janeiro, o Alvão — de perfil tão bem delineado contra um céu pálido que brilha na linha do horizonte como um halo — é na sua ilharga de um azul-escuro tornado vaporoso por múltiplos farrapos de fumo que o esbatem e aparecem no ecrã da janela onde leio não como emanações das últimas queimadas do dia ou das primeiras lareiras da noite mas como reminiscências de um passado que houve, memórias de dias que foram. Na verdade, pequenas cedências do olhar à nostalgia abstracta e a um telurismo pouco sustentado em provas e factos, mera retórica do espírito.

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