segunda-feira, 2 de maio de 2022

«Se eu fosse rei de Lisboa...»

Em Janeiro de 2016, o alemão Sven Helbig («um dos mais promissores compositores da cena clássica moderna», numa referência da RTP2, que hoje passou um dos seus espectáculos) apresentou o álbum ‘Pocket Symphonies’ no Teatro de Vila Real. Seis anos depois, em Março de 2022, veio a Lisboa apresentar o novo disco, ‘Skills’. A nota de imprensa que divulgava esta última apresentação, claro, afirmava: Sven Helbig «dá primeiro concerto em Portugal» e «estreia-se nos palcos portugueses».

«Se eu fosse rei de Lisboa, depressa governaria todo o mundo», disse o imperador Carlos V. «De notar que ele disse ‘Lisboa’, e não ‘Portugal’», acrescenta Ben Wilson em Metrópoles, no capítulo que dedica à capital portuguesa.
A frase de Carlos V já não representa uma realidade material, mas sem dúvida ainda traduz um quadro psicológico (ou patológico), já não de conquista mas de uma certa nostalgia reflexa ou senil do império.

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P.S. A propósito, e porque devo talvez ir lembrando estas coisas, a banda The Last Internationale, cujo vigoroso e deliciosamente marxista hino ‘Workers of the World - Unite!’ usei aqui para celebrar o Dia do Trabalhador, também actuou no TVR, em 2012.

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