Quando caminho pelas veredas sou meio budista. Meço os meus passos, corrigindo trajectórias se necessário, de modo a não pisar formigas e outros bichos. Durante as corridas isso deixa-me por vezes na iminência de percalços, não raro estive já para cair, insistindo em desviar o pé mesmo quando é quase demasiado tarde.
E isto prova que as formigas não são budistas, não nutrem uma reciprocidade de sentimentos com a espécie vertical. Deslocam-se, flaneurs em linha, sem a mínima preocupação com os danos que possam causar em quem se atravessa no seu caminho.
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