Nos dias que passam, em que sonho com um eremitério de livros, uma vida à margem, a política apenas me interessa na medida em que dela posso ser vítima — ou seja, preocupa-me, mas não sinto o ímpeto de a discutir de viva voz ou de me envolver em movimentos. Pessimismo resignado, talvez seja o diagnóstico. Não há como não ficar deprimido quando se vê o circo de políticos e comentadores, nos media ou nas redes sociais, reduzindo tudo a torneios, organizados em claques ou falanges como seitas ou quadrilhas.
Soergo-me apenas para dizer que o facto de não nutrir particular simpatia por Guaidó e nenhuma pelo processo da sua ascensão não me leva de repente a olhar para Maduro e o seu detestável regime como algo a defender. Não sou neutral, mas também não sou maniqueísta.
Soergo-me para dizer o de sempre, em suma.
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