Não vejo nenhuma razão objectiva para achar que o género de suspeitas, indícios, argumentos ou raciocínios que aparentemente concluem pela índole corrompida de Hillary Clinton não se aplicam do mesmo modo a Trump. Acontece que o que sobra para fazer a diferença entre os dois é tão, tão óbvio e extenso que resulta patético alguém acreditar que se mantém decente defendendo a hipótese Trump.
Aos americanos na terça-feira até pode não restar mais do que escolher o mal menor, mas desta vez ter dúvidas sobre qual é o mal menor é sintoma de muita confusão mental ou genuína imbecilidade.
Há os que, na América e na Europa, não têm dúvidas e votam (ou votariam) Trump simplesmente porque têm o mesmo carácter doentio do candidato republicano. São um lastro que a humanidade sempre arrastará, não haja ilusões.
Mas dentro dos convictos há ainda os que escolhem Trump por capricho ou mero e abjecto calculismo, ideológico ou outro. São os mesmos que, em nome de uma bandeira, de uma birra, de um ressentimento ou de um interesse, não se importam de experimentar hipóteses trágicas porque pressentem que o resultado não os incomoda pessoalmente. E, como a história da infâmia nos ensina, nisto têm demasiadas vezes razão.
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