Depois
de uma conversa com o senhor da foto, em 2012, achei-me tolamente incumbido de
escrever uma sinopse de uma peça. Duas semanas mais tarde, à falta de outra
inspiração, fi-lo — e a seguir, encorajado, comecei a escrever o livro que o
senhor lê. A peça tinha um bordão — «Vai haver cachaporra!» — que é capaz de se
cumprir quando ele descobrir que roubei a foto para aqui expor. Mas ao tropeçar
há um bocado nela pareceu-me inevitável publicá-la. A imagem é bonita e (para
mim) perturbadora, como se o R. tivesse vindo ao futuro ler a obra que de algum
modo começou a germinar na conversa que tivemos. Os gregos chamavam a isto ‘ouroboros’,
a serpente que morde a própria cauda, ou coisa assim. Eu vou chamar-lhe o fim
de um ciclo, forma ingénua de convocar de novo as musas. (É mais bonito do que
ameaçar-me com uma cachaporra; duvido, porém, que mais eficaz.)
isto é o que se chama publicidade boa. :)
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