Na verdade, o meu carro não é feérico — os restantes é que são, de um ponto de vista eléctrico, sombrios, como electrodomésticos no blackout americano de 65. Ou lúgubres, do ponto de vista do código da estrada.
Os únicos momentos em que não pareço conduzir um carro alegórico no meio de um desfile de incônscias limusinas funerárias são os dias vitoriosos da Selecção, do Benfica* ou de um partido do arco governativo, quando naquele trânsito cintilante o meu utilitário parece de súbito circunspecto. Até fúnebre, é justo dizê-lo.
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