segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Venda de livros

A decisão de autorizar a venda de livros é elementar. A decisão de as livrarias continuarem fechadas é… característica. Em Portugal os governos não pensam ser necessário ter uma política de cultura e do livro e por isso têm por ministério da área uma repartição que se ocupa do despacho e é vagamente instruída para deitar como puder, preferencialmente sem despesa, água na fervura do sector. O ministério da educação, por sua vez, especializa-se em assobiar para o lado, não vá alguém querer implicá-lo nisto dos livros.

A nação, que há muitos anos não tem um governo capaz de perder um minuto do seu precioso tempo a olhar para a arbitrariedade instalada com o acordo ortográfico, não era agora que ia ter um disposto ao exercício de imaginar a venda de livros em tempos de cólera.

De resto, a dica do presidente sobre este assunto deve ter caído no conselho de ministros como mosca na sopa, uma contrariedade, a excentricidade de um ex-vendedor de enciclopédias a que havia contudo que dar alguma atenção não fosse o homem indispor-se quando se tratasse de temas sérios.

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