Apesar das secções iniciais, onde Francisco José Viegas Pai
e Bruno Vieira Amaral Filho se entretêm, por mera travessura, a assinar os
textos um do outro (ninguém os distingue, de qualquer modo), gosto da LER. Hoje
surpreendeu-me que houvesse gente que já tivesse lido artigos inteiros de um
número que eu nem sonhava que estava para sair. E deitei-me a reflectir. É reconfortante
que exista e sobreviva em Portugal uma revista com um marketing tão inexistente, com uma tal falta de publicidade.
A página de Facebook da LER tem uma foto de capa de Junho
de 2016 e o último post é de 29 de
Março deste ano. No blogue, a última entrada é igualmente de 29 de Março e a
capa é a da edição do Inverno de 2016/2017 (a antepenúltima).
Não se confundam com o tom irónico: fico mesmo contente que
a revista singre deste modo, alheia às «redes sociais» e, de resto, aos media em geral. A não ser que alguém ande a lavar dinheiro com literatura, isto significa que há no
país um conjunto suficiente de amantes de livros que não precisa de ser bojardado
com publicidade para manter o interesse, pagar e garantir a sobrevivência de
uma publicação dedicada ao tema.
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