terça-feira, 28 de março de 2023

Serenata ao luar da tarde

O ajuntamento parece em parte o de um clube motard, só que a música, prodigalizada por duas jovens de calções e acordeão, não é hard rock, como se imaginaria, mas quando muito softcore, do género que se poderia encontrar numa festa popular.
A dada altura, um tipo apollíneo (variante módulo lunar), ataca a Rosinha, êxito intemporal, mas baralha a letra. "Ó minha Rosinha eu hei-de te amar, de noite na praia, de dia ao luar", berra, alheio à propriedade intelectual do letrista e à tabela horária do romantismo. Logo outro acode, com igual maviosidade, mas acrescentando uma nota de subtil erotismo: "Ó minha Rosinha eu hei-de te amar, de dia ó de noite, é sempre a bombar".
No que toca à delicada arte da serenata, Cyrano não faria ali melhor.

Sem comentários:

Enviar um comentário