O Ace Ventura, ar de tonto mas fino como um alho, veio, com descarado sentido de oportunidade e desprezo pela inteligência alheia (começando pela dos militantes do seu partido), manifestar-se, contradizendo-se, a favor do casamento gay e contra Salazar. Faz-se assim voluntariamente de pateta para aliviar o PSD dos impactos negativos do arranjinho mútuo.
Muitos cairão no isco, apontando o seu contorcionismo ideológico como demonstração de que o fascismo nele é folclore e mero oportunismo eleitoral. Mas talvez devessem ceder a um raciocínio mais humilde: o homem não tem escrúpulos nem carácter — características indispensáveis não apenas a um democrata mas a alguém que se convida para casa.
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