Passo por ele a correr, mas a música que vai a ouvir está bem alta e percebem-se distintamente a voz e os requebros de Elvis Presley. Não tem idade para ter sido fã in illo tempore, mas parece suficientemente nostálgico para que o Rei tenha sido companhia marcante na sua juventude.
Quando regresso, encontro-o noutro sector da minha pista de jogging. Está agora sentado a uma mesa de piqueniques. Elvis canta uma daquelas que fazem chorar as pedras da calçada. Ele, de cotovelos no tampo, cabisbaixo, esfrega os olhos lacrimejantes; ouço-o fungar. Talvez a música o lembre de amores antigos. Ou então é apenas o Covid 19.
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