No que se refere ao romance em geral, há ainda quem vá mais longe e
vaticine a sua morte. Para já, que eu saiba, apenas um ou outro escritor
geronte (Roth), um ou outro guru das novas tendências ou tecnologias. No
primeiro caso é talvez uma questão de ego ou de mágoa: comigo morre o mundo ou o
mundo que me sobrevive nada terá que valha. No segundo caso é só uma
questão de patetice, infelizmente com o flanco coberto pelos media mais populares. Mas, de novo, há
que ter em conta a indústria e a televisão. O fim do romance pode tornar-se uma
militância, rapidamente apoiada pela matilha popular. Do mesmo modo que o fim da poesia
foi há poucos anos decretado por alguém com meios para o ajudar a tornar-se
realidade (um responsável da Porto Editora), a literatura que não inclua
vampiros, bruxos ou látex pode ver-se reduzida a samizdat de 300 exemplares
enquanto o Diabo (de Rodrigues dos Santos) esfrega um olho.
No mundo literário, importa não ignorar as diferenças — mas talvez convenha relativizá-las.
* Considerando que os posts anteriores foram os números 1 e 2 da série.
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