sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Do Kim Jong-Un de Algueirão ao risinho de hiena auto-satisfeita do primeiro-ministro

A paisagem urbana portuguesa é por estes dias a de uma Coreia do Norte. Por todo o lado, do Minho ao Algarve, há fotografias do Grande-Líder-Sapo-de-Loiça a observar-nos, qual Kim Jong-un de Algueirão e barba levantina. Nem o ubíquo Ronaldo nos seus melhores anos teve tal presença.
 
Talvez as autoridades que regem as campanhas eleitorais ou a publicidade nos espaços públicos sejam legalmente impotentes ou tenham já desistido de desempenhar a sua missão, como cedo as instâncias judiciais desistiram de defender a democracia. Os histéricos conseguem por vezes, pela berraria e pela contumácia, este feito soporífero nas instituições.

De todo o modo, mesmo que alguma autoridade acordasse do seu torpor e cumprisse a elementar e higiénica tarefa de varrer o lixo chegano para os caixotes da urbe e da História, já ia tarde. O vírus disseminou-se. O circo de palhaços e horrores que o gangue instalou no parlamento e no país cumpriu a sua missão funesta de fazer parecer respeitável, por menos histriónica, uma direita sinistramente reaccionária como é hoje o PSD.

Veja-se Montenegro, qual Trump à espera de um tiro na orelha, num cenário patético mas revelador, com oito (8!) bandeiras de Portugal atrás — como se uma já não chegasse para afirmar a glória da nação —, a falar de portugueses de verdade e “portugueses de ocasião”, secundado por Leitão Amaro a anunciar que “hoje Portugal ficou mais Portugal”, enquanto veladamente avançam com legislação para nos tramar.

O risinho de hiena auto-satisfeita do primeiro-ministro é a tradução governativa — logo, consequente — do sorriso de Mona-Lisa-do-Bangladesh da eminência parva que assombra em outdoors as praças e as rotundas do país.