sexta-feira, 13 de junho de 2014

Confidências de um palhaço

Há um ano, por esta altura, estava mais elegante e confiante. Iniciava a divertida campanha d’Os Idiotas, comia com regra e medida e era regular no jogging. O livro correu bem económica e literariamente, tive gosto na pequena tournée de promoção e ganhei leitores. Daí a pouco começava o meu annus horribilis, com ataques em várias frentes, directos e sobre interposta família, uns manufacturados outros concebidos na crueldade dos céus. Fruto disso, deixei, de camuflagem, uma permanente barba de oito dias, procrastino o jogging e desgosto do que agora vejo no espelho. Aguentei-me porque todos os palhaços sabem que the show must go on, e eu não defraudo a minha audiência, mesmo que defraude uma parte da minha consciência.

Não desci, contudo, aos abismos da comiseração que se me abriram à frente. Mesmo que um annus tenha 365 dias e este ainda não tenha acabado (acabará?), o sol está aí e, apesar de todos os compromissos, obrigações, responsabilidades, deveres, contingências, dependências, limitações e demais merdas, a única coisa que me ocupa o pensamento é cometer outra pequena loucura. Esperem só que resolva aqui um assunto ou dois e preparem-se para uma temporada no Hotel do Norte.

1 comentário:

  1. Este ano está quase a acabar. E nós gostaremos muito de saber o que se passa no Hotel do Norte.

    E deixe-se de preguiças e comece mas é já a correr para estar em forma quando iniciar a nova campanha alegre.

    Um bom fim de semana!

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